Quando o pai morre, três irmãos regressam a casa para o funeral – e muito mais. Juntos, falam de frustrações, angústias, mas também de partilhas e heranças. “Casa dos Pais” é, no fundo, «uma peça que toca a toda a gente» porque fala de famílias. Sobe esta quinta-feira, 23 de Janeiro, ao palco do Teatro das Figuras, em Faro.
Esta será a primeira vez que este espetáculo, uma coprodução d’A Turma com o Teatro das Figuras, vem ao Algarve, depois de apresentações no Norte e no Centro do país.
Em conversa com o Sul Informação, António Afonso Parra, um dos encenadores, explicou que esta é uma peça com um carácter «muito transversal».
«No fundo, falamos da relação de três irmãos, após o funeral do pai, o único membro da família que ainda está vivo. A mãe já morreu. É uma peça sobre perda, mas também sobre como lidar com ela», acrescentou.
Os três irmãos preenchem os «arquétipos dos filhos»: um morou com o pai até à morte, outro é um homem de sucesso, com esposa e filhos, e a irmã saiu de casa muito nova.
«Ou seja, temos as diferentes “relações” que ficam quando se sai da casa dos pais; há quem apareça muito, há quem nunca apareça», enquadrou o encenador.
Até agora, o feedback do público tem sido muito positivo, até porque há quem se reveja.
«Há pessoas dos 60/70 anos que veem e já passaram por isto, pela morte dos pais; outros, na casa dos 40, que pensam que estão próximos dessa realidade», disse António Afonso Parra.
Com interpretação de Albano Jerónimo, Luís Araújo e Carla Maciel, a peça tem também uma outra particularidade: «a ligação entre a linguagem do teatro e a do cinema».
«Temos vídeo, realizado pelo Tiago Guedes, com interação entre as personagens e os vídeos. No fundo, não é só a história que contamos, mas a maneira como a contamos», disse António Afonso Parra.
Os bilhetes custam 10 euros, valor que desce para 5 euros para menores de 30 anos e 7,5 euros para maiores de 65. Quem quiser, pode comprar ingressos aqui.