Portimão convocou a comunidade para ajudar a criar plano estratégico para a cultura

Primeira sessão pública decorreu na passada sexta-feira

Representantes do tecido cultural, desportivo, económico, académico e político de Portimão foram convocados para dar contributos para o Plano Estratégico Cultura Portimão 2034, numa sessão pública que decorreu na sexta-feira, dia 28 de Junho, no pequeno auditório do Teatro Municipal de Portimão.

O processo de elaboração do plano teve início em Março de 2020, mas foi logo interrompido devido à pandemia. Desta forma, «só hoje nos é possível fazer esta primeira reunião, lançando os alicerces de uma estratégia cultural que terá, pelo menos, 10 anos de ação e cuja elaboração será faseada, com o objetivo de estimular a participação da comunidade, em especial os protagonistas do tecido cultural deste território», disse Teresa Mendes, vereadora da Cultura da Câmara de Portimão, na sessão de sexta-feira.

Segundo a autarca, «nesta fase, o que pretendemos é elaborar um diagnóstico transdisciplinar e participativo e criar uma equipa permanente local, que será a equipa zero, para a constituição do nosso futuro Conselho Municipal da Cultura e do Laboratório Cidadão, que ocorrerá na segunda fase deste processo».

«O Município quer o envolvimento dos portimonenses no processo de elaboração participativa desta importante ferramenta que perspetivará o futuro, através de uma metodologia inovadora, certificada e promovida pelo Observatório de Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, que integra uma dimensão de trabalho dedicada especificamente às políticas culturais municipais», acrescentou.

Teresa Mendes disse ainda que, para a Câmara, «a cultura tem o poder de unir, inspirar, transformar: é isso que queremos para Portimão e, juntos, vamos fazer a diferença».

Segundo Manuel Gama, do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, cerca de 85 por cento dos municípios portugueses não tem planos estratégicos para a cultura, «sendo que muitos que o têm, na realidade, não os usam enquanto instrumentos que ajudem o poder executivo a implementar políticas», realçando que «um plano estratégico não é um plano de atividades: é um plano a médio e longo prazo, no qual não pensamos para amanhã, pensamos para daqui a dez anos».

«A metodologia que desenhámos tem quatro etapas: diagnóstico transdisciplinar, laboratório cidadão, governança e participação cidadã. O trabalho que desenvolvemos decorre durante um ano, portanto, o que iremos trabalhar até junho de 2025 são as duas primeiras fases, porque as restantes representam a implementação do plano», explicou Manuel Gama, que considera «fundamental o contributo de todos, tecido associativo, juntas de freguesia, pessoas responsáveis científicas pelas organizações, etc., no sentido de fazermos um diagnóstico sério e multidisciplinar, transdisciplinar e multissetorial».

 

 

«Interessa-nos a cultura. Mas também nos interessa a juventude, a ação social, a mobilidade, o urbanismo. Tudo isto contribui para a contextualização cultural do território e a sessão de hoje é para vos explicar muito sucintamente a metodologia que vamos aplicar e a importância da vossa participação», disse.

«Esta convocatória às comunidades é um chamamento a todos, porque não queremos deixar ninguém de fora. Todas as entidades, todas as organizações, todas as pessoas que se queiram envolver devem fazê-lo e, por isso, desde 1 de julho, e até ao final do ano, vão estar disponibilizadas duas caixas de sugestões em permanência. A primeira, é on-line e qualquer pessoa pode enviar uma sugestão, ao passo que a segunda se destina a quem não tem acesso facilitado à internet, podendo utilizar os postais disponibilizados em todos os espaços culturais», acrescentou Manuel Gama.

Desta forma, defendeu, é «muito importante o preenchimento do questionário dos públicos da cultura, porque não se pode fazer um plano estratégico sem conhecermos as relações que as pessoas têm com os diferentes espaços e equipamentos culturais de Portimão e da região».

«Outro momento muito importante da metodologia é o encontro com associações e coletividades, que irá acontecer na tarde de 9 de julho no auditório do Portimão Arena e em circuito fechado, de modo a percebermos a teia de relações que existe entre as diferentes organizações do território, identificando de forma muito clara e objetiva as necessidades transversais do tecido associativo e quais aquelas específicas das associações participantes”, concluiu.

A Câmara de Portimão diz ainda que o «ponto alto desta planificação será a Conferência Municipal de Cultura, marcada para Setembro , que dedicará um dia ao debate das questões das políticas culturais para o futuro no território, nas quais deve haver equilíbrio em termos de diversidade etária, género, localização geográfica e todo um conjunto de critérios científicos».

No que diz respeito ao ano do centenário da cidade, a calendarização prevista encerrará em dezembro, quando forem apresentados os resultados preliminares do diagnóstico entretanto elaborado Observatório de Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho.

“Em resumo, ao longo dos próximos seis meses teremos muitos instrumentos de recolha de dados, muito envolvimento da comunidade, muito envolvimento dos diferentes setores, muito envolvimento de todos, para construirmos um retrato do que é Portimão em 2024: só a partir daqui poderemos perspetivar o futuro da cultura neste território tão atrativo”, concluiu Manuel Gama.

O documento de apresentação do Plano Estratégico Cultura Portimão 2034 pode ser consultado seguindo este link.

 

 



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