Bolsas mais acessíveis para estudantes-trabalhadores

Fernando Alexandre espera que com estas alterações seja possível «reduzir o risco de insucesso e de desistência»

O Governo vai avaliar o impacto das diferentes medidas de apoio social aos estudantes do ensino superior para que sejam melhoradas, tendo já alargado o acesso às bolsas de estudo para os trabalhadores estudantes.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI) Fernando Alexandre revelou hoje que a tutela pediu um estudo para avaliar o impacto do sistema de ação social na «equidade, acesso e sucesso escolares».

«Nós temos dificuldade neste momento em avaliar o efeito de algumas medidas», admitiu Fernando Alexandre, explicando que existem muitas «medidas avulso» e por isso a tutela decidiu avançar com um estudo que avalie «as condições de equidade para os diferentes instrumentos», para que o acesso seja mais fácil e «tenha maior impacto no sucesso escolar dos alunos».

A avaliação aos diferentes tipos de apoios deverá estar concluída até ao final de Abril de 2025 e as mudanças terão impacto nos alunos que estejam a estudar no ensino superior no ano letivo de 2025/26, revelou.

O ministério anunciou hoje que para já haverá novidades na atribuição das bolsas, tendo enviado para Diário da República alterações ao diploma para «reforçar os programas de bolsas de estudo e apoios financeiros à real situação socioeconómica dos estudantes».

Segundo Fernando Alexandre, o novo diploma vai melhorar as condições de acesso às bolsas para os trabalhadores estudantes, já que o rendimento equivalente a 14 meses de salário mínimo deixará de ser contabilizado para efeitos de cálculo ao apoio.

Também os alunos de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TEsP) passam a ter direito automático a uma bolsa, caso cumpram os critérios exigidos, acrescentou o governante.

Há ainda «uma dimensão que tem a ver com o alojamento», acrescentou, explicando que existem 30 milhões de euros para que o complemento de alojamento possa agora ser atribuído também a alunos não bolseiros.

A possibilidade de atribuição de complemento de alojamento «até 50% dos limites fixados para cada área geográfica para estudantes deslocados não bolseiros, com rendimentos per capita entre 23 e 28 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS)» é uma das medidas previstas no novo diploma.

Há ainda uma atualização dos valores limites dos complementos de alojamento face ao ano letivo anterior, em linha com a evolução do Indexante de Apoios Sociais, segundo o despacho que regulamenta a atribuição de bolsas.

Sobre o Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior (PNAES), lançado com o objetivo de ter 18 mil camas a custos acessíveis até 2026, o ministro admitiu estar preocupado com «alguns atrasos» de residências financiadas pelo PRR, que iriam aumentar significativamente a oferta.

No entanto, disse que «já foram disponibilizadas 700 camas adicionais face ao ano passado», reconhecendo que «o acesso e sucesso no ensino superior, neste momento, depende muito dos custos do alojamento».

Fernando Alexandre disse esperar que com estas alterações e outras que venham a ser identificadas no estudo será possível «reduzir o risco de insucesso e de desistência».

 



Comentários

pub