«Sonho de qualquer ginasta portuguesa é ir aos Jogos Olímpicos» e «vir a Portimão»

Em Portimão, estão cinco ginastas já apuradas para os Jogos Olímpicos de Paris

Joana Pinheiro e Rita Araújo, com Álvaro Bila e Filipa Pernandes – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

«O sonho de qualquer ginasta portuguesa é ir aos Jogos Olímpicos», mas é também participar na Taça do Mundo de Ginástica Rítmica, em Portimão, pelas «excelentes condições». Quem o afirma é Joana Pinheiro, uma das duas ginastas nacionais que competem, a título individual, a partir de hoje, dia 10, na prova mundial que tem lugar na cidade algarvia.

A comitiva portuguesa é composta pelas ginastas individuais Rita Araújo e Joana Pinheiro e pela Equipa Nacional de Conjunto Sénior, constituída pelas ginastas Beatriz Freitas, Bruna Simões, Catarina Dias, Clara Melo, Clara Paiva e Felicia Oprea, contando ainda com as treinadoras Darina Vasileva e Sandra Nunes e as juízes Catarina Leandro e Adriana Castro.

Ontem, um dia antes de começar a prova, Portugal já teve uma boa notícia: é que, devido à desistência de duas seleções, as atletas nacionais ficaram automaticamente apuradas para as finais de aparelhos.

Falando com os jornalistas após uma manhã de treinos, Joana Pinheiro, de 17 anos, e Rita Araújo, de 20, manifestaram o seu objetivo de «fazer o melhor» na Taça do Mundo.

Na semana passada, também em Portimão, Rita Araújo conquistou Prata e Bronze no Torneio Internacional. No aparelho de Maças, a portuguesa foi segunda classificada com um exercício de 30.150 pontos. Já em Arco terminou as finais em terceiro lugar com 30.750 pontos. No mesmo escalão, Joana Pinheiro alcançou um 4º lugar (29.050 pontos) em Bola e um 5º lugar (29.000 pontos) em Maças.

Mas agora, para a Taça do Mundo, «estão cá ginastas de topo», como lembrou Joana aos jornalistas. Por isso, acrescentou Rita, o objetivo na prova é «não fazer tantas falhas», conseguir «exercícios mais limpos».

 

A brasileira Bárbara Domingos é uma das favoritas – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

É que, a menos de três meses do começo dos Jogos Olímpicos de Paris, muitas Seleções marcam presença na prova portuguesa, de forma a preparar as próximas competições.

A alemã e atual Campeã do Mundo Darja Varfolomeev é uma delas e será certamente um nome a ter em conta na competição. Mas a verdade é que não terá a vida facilitada.

Alina Harnasko, Atleta Individual Neutra (ou seja, sem país) e Bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, irá certamente querer mostrar as suas qualidades frente às melhores do mundo.

Ekaterina Vedeneeva, da Eslovénia, foi, nos últimos dois anos, quarta classificada (All-Around) em Taças do Mundo, pelo que também irá querer chegar às medalhas.

Fora da Europa, também há nomes a ter em conta, como a brasileira Bárbara Domingos, e a norte-americana Evita Griskenas, ambas medalhadas no Campeonato Pan-Americano de 2023.

Espanha, medalha de Bronze no All-Around do Mundial de 2023, é apontada pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) como favorita nos Conjuntos, assim como França, que está a treinar para alcançar o pódio em casa nos Jogos Olímpicos. A grande surpresa será seguramente entre o Conjunto da Polónia, Azerbaijão e Grécia que, ao contrário de Espanha e França, ainda não estão qualificados para Paris 2024.

 

A comitiva portuguesa – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

Para as ginastas portuguesas, estas adversárias de alta qualidade são difíceis de ultrapassar. Mas o sonho e o amor à modalidade falam mais alto. Só assim se justifica que tanto Joana como Rita treinem, todos os dias, «sete ou oito horas» e ainda estudem, com excelentes notas. De tal forma que Joana está no 12º de Ciências e quer ir estudar Gestão, na Universidade Nova de Lisboa. Rita, também no 12º ano, ainda não decidiu para que faculdade irá.

Filipa Fernandes, vice presidente da Federação de Ginástica de Portugal e ela própria antiga atleta, admitiu que ir aos Jogos Olímpicos «é um sonho». «É difícil, mas ainda há um lugar por atribuir para a próxima prova, que é o Campeonato da Europa», por isso as ginastas portuguesas não deixarão de tentar. «Esta Taça do Mundo em Portimão é o último teste, porque o Campeonato da Europa é daqui a uma semana», reforçou.

Apesar das dificuldades perante adversárias de topo, «vir a Portimão é o objetivo principal das portuguesas», acrescentou Filipa Fernandes.

«O pavilhão tem condições excelentes, o tempo está sempre ótimo e a própria cidade proporciona sempre um grande momento. A Taça do Mundo em Portimão já tem grande tradição», concluiu a vice presidente da Federação.

Da mesma opinião são as ginastas: «temos poucos pavilhões no país como o Portimão Arena, com esta altura, o que torna difícil certos exercícios da ginástica rítmica», explicou Rita Araújo. «Aqui, o pavilhão tem as dimensões ncessárias e tem praticáveis para o treino, com todas as condições», disse ainda.

«Adoro esta competição!», exclamou Joana Pinheiro.

Álvaro Bila, presidente da Câmara de Portimão, salientou que «este edifício, o Portimão Arena, nasceu precisamente para dar condições à Ginástica Rítmica», e hoje serve para muitos outros fins.

E não se trata apenas de poder «trazer provas internacionais», salientou o autarca. O pavilhão serve também «para que as nossas atletas de Portimão possam almejar atingir estes níveis».

Todo o evento terá entrada livre, enquanto as qualificações serão transmitidas na plataforma Ginástica TV e as finais, no domingo, na RTP2.

Nesta que é a primeira World Challenge Cup de Ginástica Rítmica do ano, estão presentes 91 ginastas (53 individuais, mais as de conjunto), de 26 países (mais um neutro) dos cinco continentes. Esta é uma das provas de preparação para os Jogos Olímpicos de Paris, marcados para os meses de Julho e Agosto.

 

Veja aqui o programa:

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

 

 

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