Carta de Deveres dos Seres Humanos de José Saramago inspira exposição na agência de Faro do Banco de Portugal

Mostra foi inaugurada por Mário Centeno e por Pilar del Rio

Um exposição que junta a Carta Universal dos Deveres e Obrigações dos Seres Humanos, que nasceu a partir do discurso pronunciado por José Saramago quando recebeu o Prémio Nobel da Literatura, em 1998, com imagens do fotojornalista espanhol Gervasio Sánchez, pode ser vista a partir de hoje, dia 23, na agência de Faro do Banco de Portugal (BdP).

A inauguração desta mostra, que resulta de uma parceria entre o Banco de Portugal e a Fundação José Saramago, contou com a presença dos dois responsáveis máximos pelas duas entidades, Mário Centeno, governador do BdP, e Pilar del Rio, presidente da fundação e viúva do escritor português que lhe dá nome.

O nome da exposição, “Tomemos, então, nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa”, é retirado do  discurso de José Saramago, na cerimónia de entrega do Nobel que decorreu a 10 de Dezembro de 1998, dia em que se celebravam os 50 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos.

Isso levou o laureado a dedicar a sua intervenção a esta efeméride e a lançar um repto à humanidade para que fizesse do cumprimento do que está inscrito nesta declaração um dever e uma obrigação. «Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicarmos os nossos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor», disse, na altura.

Este desafio foi aceite pela Universidade Nacional Autónoma do México, «uma “pequena” instituição com 500 mil alunos», segundo Pilar del Rio, que se juntou à Fundação José Saramago na elaboração de um documento cívico «que reivindica a importância dos cidadãos na construção da sociedade defendida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Este documento, que aponta os deveres dos cidadãos, mas também das instituições, para garantir o cumprimento da declaração dos Direitos Humanos, foi redigido na Cidade do México por um grupo de juristas, ativistas e políticos de vários países e foi, posteriormente, entregue a António Guterres, secretário geral da ONU, na esperança de que a declaração seja um dia aprovada por esta organização.

Mas houve entidades que subscreveram a declaração desde a primeira hora, entre as quais o Banco de Portugal, segundo revelou a viúva de José Saramago e atual presidente da Fundação.

A mostra esteve, originalmente, exposta na sede do Banco de Portugal, em Lisboa, em Dezembro, para celebrar os 75 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos, os 25 anos do Nobel atribuído a Saramago e, também, para dar a conhecer a Carta Universal dos Deveres e Obrigações dos Seres Humanos.

Além de Faro, a exposição promovida pelo Museu do Dinheiro, irá passar em todas as agências do BdP de Portugal Continental e das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.

 

 

 

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